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Estudo: 1 a cada 5 PMEs já apostou com caixa da empresa

Um estudo do Fundo de Impacto Estímulo, em parceria com a MindMiners, revelou que 20% dos pequenos e médios empresários no Brasil já usaram dinheiro do caixa da empresa para apostas online, prática arriscada para a saúde financeira dos negócios.

Além disso, 34% conhecem empreendedores que enfrentaram dificuldades financeiras por causa das apostas, reforçando os riscos apontados pela pesquisa.

Resumo da notícia:

  • Estudo diz que 20% dos pequenos e médios empreendedores já apostaram com o caixa da empresa

  • Levantamento foi feito pelo Fundo de Impacto Estímulo, que apoia o micro e pequeno empreendedor brasileiro

  • Pesquisa também afirma que 34% conhecem algum empreendedor que teve problemas financeiros por conta de apostas

  • Já 79,5% dos respondentes acreditam que se envolver com jogos de apostas online pode colocar a empresa em risco

empresário fazendo apostas pelo telefone celular

Estudo relaciona pequenos empreendedores com as apostas online

Uma pesquisa com cerca de mil pequenos e médios empresários (PMEs), conduzida pelo Fundo de Impacto Estímulo e em parceria com a MindMiners, mostra que 25% já participaram de apostas online. Entre eles, 20% admitiram usar dinheiro do caixa da própria empresa.

Além disso, 34% conhecem empreendedores que tiveram problemas financeiros com apostas: 23% enfrentaram riscos graves e 11% perdas moderadas.

A maioria (79,5%) acredita que apostar online compromete a saúde financeira do negócio, e 69,5% consideram que isso reduz as chances de obter crédito bancário.

Já 18% veem essa prática como neutra, enquanto 12% discordam, afirmando que ela não afeta a concessão de crédito de forma alguma.

Impactos na gestão e perfil dos empresários

A pesquisa também ouviu os empreendedores quando o hábito de apostas está do outro lado: dos funcionários dessas pequenas e médias empresas.

Na contratação de funcionários, 50,6% seriam cautelosos com candidatos que apostam frequentemente, sendo 34% totalmente contrários e 29% avaliando apenas a aptidão profissional.

Quanto aos tipos de aposta, 63% veem todos os formatos como igualmente arriscados, 29,5% apontam slots e cassinos como mais perigosos e 3,5% consideram as apostas esportivas mais arriscadas. Apenas 3,8% não percebem risco significativo.

O perfil dos entrevistados mostra 71% homens e 29% mulheres, em sua maioria entre 30 e 60 anos, de diversas regiões do país, principalmente Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná.

Brasil teve quase 18 milhões de apostadores no 1º semestre

O Ministério da Fazenda divulgou um balanço sobre as apostas em plataformas de cassino que consta de 17,7 milhões de brasileiros com pelo menos uma aposta no 1º semestre deste ano.

Destes, 71,1% são homens, enquanto 28,9% são mulheres. Os dados não informam se há pessoas que não quiseram informar seu gênero.

Se formos separar os apostadores por idade, o Governo Federal informou a seguinte ordem:

  • 18 a 25 anos: 22,4%

  • 25 a 30 anos: 22,2%

  • 31 a 40 anos: 27,8%

  • 41 e 50 anos: 16,9%

  • 51 a 60 anos: 7,8%

  • 61 a 70 anos: 2,1%

Ou seja, pessoas entre 18 e 40 anos representam 72,4% dos CPFs únicos que apostaram nos primeiros 6 meses de 2025.

A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo setor, conta com 78 empresas autorizadas a ofertar o serviço de apostas e 182 casas de apostas regulamentadas.

De outubro de 2024 a junho de 2025, mais de 15,4 mil páginas de apostas clandestinas foram retiradas do ar pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A receita bruta total das empresas autorizadas, o Gross Gaming Revenue (GGR), foi de R$17,4 bilhões. Se compararmos mês a mês, os números são:

  • Janeiro: R$2,03 bilhões

  • Fevereiro: R$2,69 bilhões

  • Março: R$2,69 bilhões

  • Abril: R$3,38 bilhões

  • Maio: R$3,52 bilhões

  • Junho: R$3,11 bilhões

Arrecadação ultrapassa R$2 bi; Tributação chegou a quase R$4 bi

A arrecadação do Ministério da Fazenda chega a R$2,2 bilhões, referente às outorgas de autorização pagas pelas plataformas legalizadas e cerca de R$50 milhões em taxas de fiscalização também pagas pelas empresas do setor, no primeiro semestre.

Esse valor inclui tributos federais como o IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e Contribuição Previdenciária, além dos 12% das destinações sociais, como prevê a legislação e que deve aumentar para 18% a partir de outubro.

Esporte (R$767 milhões) e Turismo (R$601 milhões) foram os Ministérios com a maior destinação dessas verbas. Em seguida vieram Segurança Pública (R$290 milhões), Segurança Social (R$216 milhões), Educação (R$216 milhões), Saúde (R$21 milhões), Funapol (R$11 milhões), Sociedade Civil (R$10 milhões) e ABDI (R$8 milhões).

Além do pagamento de outorgas e taxas, as operadoras também agora são obrigadas a pagar impostos no Brasil. E, neste caso, o setor pagou cerca de R$3,8 bilhões de impostos apenas no primeiro semestre deste ano.

Se contarmos apenas o mês de junho, a arrecadação foi de R$764 milhões, cerca de 120 vezes mais do que os R$6 milhões arrecadados um ano antes, em junho de 2024.

O aumento significativo está atrelado à regulamentação do setor, que se iniciou neste ano com a entrada em vigor da Lei 14.790/2023, em 1º de janeiro de 2025. 

“A diferença se explica pelo fato de que, em junho do ano passado, a atividade ainda não estava regulamentada no País”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.

Conclusão

A pesquisa conduzida pelo Fundo de Impacto Estímulo em parceria com a MindMiners mostra que o envolvimento de pequenos e médios empresários com apostas online é significativo e apresenta riscos claros, indo contra os preceitos do Jogo Responsável.

Um quarto dos entrevistados já apostou na internet, e 20% desse grupo admitiu utilizar recursos da própria empresa para essa prática. Além disso, 34% conhecem empreendedores que enfrentaram problemas financeiros devido às apostas, sendo que em 23% dos casos os negócios foram seriamente comprometidos.

Os dados também indicam que a maioria dos empresários percebe impactos negativos em crédito e gestão: 69,5% acreditam que apostar online diminui as chances de obter empréstimos e mais da metade dos participantes seria cautelosa ao contratar funcionários que jogam frequentemente.

Independentemente do tipo de aposta, 63% veem todos os formatos como arriscados, reforçando a necessidade de atenção e planejamento financeiro na administração das empresas.

O levantamento evidencia que, embora as apostas online sejam comuns, elas podem gerar consequências importantes para a saúde financeira e a sustentabilidade dos negócios.

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Jorge Lima

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326 Artigos
Jorge morou e estudou em Londres, onde trabalhou no atendimento ao cliente de um grande e renomado cassino online do Reino Unido. Nesse cargo, teve a oportunidade de compreender de perto as reais necessidades dos jogadores, já que sua principal função era lidar com os mais diversos pedidos e dúvidas apresentados por eles.Ciente da importância de manter os jogos dentro de um contexto saudável de entretenimento, Jorge sente orgulho em escrever para o CasinoTopsOnline. Ele compartilha seus conhecimentos com responsabilidade, oferece dicas úteis e alerta sobre os riscos por trás dos jogos de azar, ajudando os leitores a evitarem armadilhas e decisões impulsivas.

Fato verificado por Luiz Chiqueto

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